sábado, 16 de março de 2013

Os sete Saberes à Educação Necessários à Educação do Futuro


Apresentação
Não é possível propugnar a edificação da nova sociedade sem assumir concomitantemente o compromisso com a educação de qualidade para todos, com direito humano inalienável.
O desafio que se apresenta a todos, nesse sentido, não se resume à consolidação de estruturas e à multiplicação de prédios escolares.
Sabemos da necessidade de acrescentar aos nossos esforços e compromissos um processo de renovação paradigmática capaz de incorporar os novos desafios que se apresenta não somente na escola, mas também à humanidade.
Torna-se necessário, portanto, promover a circulação de saberes que nos motivem a romper com a fragmentação do conhecimento  que nosso modo de viver ocasiona.
Trata-se da oportunidade de conduzir o homem a encontro consigo mesmo e em todas as suas dimensões, ou seja, da oportunidade de celebrar o encontro entre pessoas e natureza como expressões de uma única manifestação da vida, sem dicotomias e sem espaços para um existir predatório e desagregador.
A “cultura da paz” subjacente à  mensagem desta obra é um dos fundamentos que articulam o trabalho educativo de nossa editora.
Conferência Internacional sobre os Sete Saberes Necessários à Educação do presente
Os debates de quatro dias em Fortaleza, 21 a 24 de setembro de 2010, surgiram alguns consensos e importantes recomendações inspiradas na obra de Edgar Morin.
 Os Sete saberes Necessários à educação do futuro é um precioso legado para a formação das futuras gerações e deve ser promovido nas instituições educacionais dos países.
Conforme defende Edgar Morin , é importante  ter  o pensamento complexo, ecologizado, capaz de relacionar, contextualizar e religar diferentes saberes ou dimensões da vida. A humanidade precisa de mentes mais abertas, escutas mais sensíveis, pessoas responsáveis e comprometidas com a transformação de si e do mundo. Para isso é fundamentalmente criar espaços dialógicos, criativo, reflexivos democráticos  capazes de viabilizar práticas pedagógicas fundamentadas na solidariedade, na ética, na paz e na justiça social.com uma educação que privilegie os Sete Saberes e seja pautada no desenvolvimento da compreensão e da condição humana, na cidadania planetária e na ética do gênero humano poderá colaborar para que os indivíduos possam enfrentar as múltiplas crises sociais, econômicas, políticas e ambientais que coloquem em risco a preservação da vida no planeta. Sendo necessárias novas praticas pedagógicas  para a educação transformada que esteja centrada na condição humana, no desenvolvimento da compreensão, da sensibilidade e da ética, na diversidade cultural, na pluralidade de indivíduos, e que privilegie a construção de um conhecimento de natureza transdisciplinar, envolvendo as relações  indivíduo-sociedade-natureza.
Este texto não é um tratado sobre o conjunto das disciplinas que são ou deveriam ser ensinadas: pretende, única e essencialmente, expor problemas centrais ou fundamentais , que permanecem totalmente ignorados, ou esquecidos, e que são necessários para se ensinar no próximo século.




As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão
Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. A educação do futuro deve enfrentar o  problema de dupla face do erro e da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão é ainda mais difícil, porque o erro e a ilusão não se reconhecem, em absoluto, como  tais.
Erro e ilusão parasitam a mente humana desde o aparecimento do Homo sapiens. Quando consideramos o passado, inclusive o recente, sentimos que foi dominado por inúmeros erros e ilusões.
1-     O Calcanhar de Aquiles do Conhecimento
A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum lugar grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão. O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e reconstruções cerebrais com bases e estímulos ou sinais captados e codificados pelos sentidos. Os inúmeros erros de percepção que vêm de nosso sentido mais confiável, o da visão. Ao erro de percepção acrescenta-se o erro intelectual. O conhecimento, sob forma de palavra, de ideia, de teoria, é o fruto de uma tradução por meio da linguagem e do pensamento e, por consequência, está sujeito ao erro.

Poder-se-ia crer na possibilidade de eliminar o risco de erro, recalcando toda afetividade. O sentimento, a raiva, o amor e a amizade podem cegar. O desenvolvimento da inteligência é inseparável do mundo da afetividade, isto é, da curiosidade, da paixão, que por sua vez, são a mola da pesquisa filosófica ou científica. O desenvolvimento do conhecimento científico é poderoso meio de detecção dos erros e da luta contra as ilusões. Mesmo assim, os paradigmas que controlam a ciência podem desenvolver ilusões, e nenhuma teoria científica está imune ao erro para sempre. O conhecimento  científico não podem tratar sozinho dos problemas epistemológicos, filosóficos e éticos. A educação deve dedicar-se, por conseguinte, à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras.   Os erros mentais, os erros intelectuais, os erros da razão, as cegueiras paradigmáticas.      
    

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